Alan Wake 2: Análise – Deve Ser Jogado?

Alan Wake 2 narra duas histórias interligadas. Saga Anderson, uma agente do FBI, é enviada à tranquila cidade de Bright Falls para investigar um crime e o surgimento de uma seita maligna. Enquanto isso, o antigo herói está preso no “Lugar Obscuro”, um mundo invertido semelhante ao apresentado em Stranger Things, onde ele deve escrever histórias para moldar a realidade e escapar.

Saga é uma personagem notavelmente resiliente, capaz de buscar respostas dentro de sua própria mente para os casos que investiga. Essa característica é central para a personagem, especialmente porque, ao longo do jogo, eventos perturbadores que afetariam profundamente qualquer pessoa têm menos impacto sobre ela. Sua serenidade a guia em momentos cruciais, mesmo em meio a perguntas intrigantes como “Quem cometeu o crime?” ou “O que é real?”

Por outro lado, Alan parece um homem despedaçado. No jogo anterior, já mostrava sinais de fragilidade devido ao bloqueio mental que o impedia de escrever, algo inaceitável para um autor de best-sellers renomado. Agora, na sequela, ele está à beira da loucura após passar 13 anos em uma Nova York invertida, onde seus medos e pesadelos ganham vida.

O destino desses dois personagens se entrelaça quando Saga chega a Bright Falls, o lugar onde Alan foi dado como desaparecido em 2010. Enquanto investiga a “Seita da Árvore”, a agente do FBI encontra os manuscritos do escritor, que de alguma forma viajam entre realidades. Esses pedaços de papel descrevem eventos futuros com precisão, ajudando Saga a desvendar o desaparecimento de Alan.

Mais uma vez, a Remedy se destaca na construção da trama e da narrativa. A história é envolvente, embora possa ser confusa em alguns momentos, mantendo o jogador ansioso por mais.

A sequela também traz de volta personagens que tiveram papéis secundários no jogo original, agora desempenhando funções mais relevantes e enriquecendo a trama. Além disso, personagens novos, como Alex Casey e Kiran Estevez, contribuem para a história.

Alan precisa escapar do Lugar Obscuro a todo custo
Alan precisa escapar do Lugar Obscuro a todo custo (Foto: Vinícius Paráboa)

A jogabilidade de Alan Wake 2 é notável. Tanto Saga quanto Alan têm habilidades únicas e distintas. Saga, como agente do FBI, tem um “escritório mental” onde analisa pistas e perfis de personagens para avançar na campanha. Por outro lado, Alan possui um espaço mental onde pode criar histórias e alterar a realidade do ambiente com a máquina de escrever.

Desafios do Jogo Alan Wake 2

Os mapas são intuitivos e fáceis de entender, evitando os problemas de design de níveis do jogo Control. O combate é baseado no uso de lanternas para enfrentar espíritos e inimigos possuídos. Iluminar os inimigos com a lanterna antes de atirar neles é a chave para a vitória.

Entretanto, em alguns momentos da campanha, os jogadores podem se sentir perdidos sobre como progredir. Alguns quebra-cabeças exigem atenção minuciosa aos detalhes e podem frustrar os jogadores ao tentar encontrar soluções.

Em relação ao medo, Alan Wake 2 supera o jogo original, tornando a experiência mais assustadora. A escuridão esconde perigos em todos os cantos, criando uma atmosfera tensa. Jump scares também são usados eficazmente, aumentando a sensação de medo.

Problemas de Otimização no Jogo

No entanto, o jogo sofre com problemas de otimização, especialmente nas versões para a nova geração de consoles e PC. Quedas de taxa de quadros e bugs visuais podem prejudicar a experiência do jogador. Além disso, as legendas em português têm problemas de sincronização e formatação.

Em resumo, Alan Wake 2 oferece uma história envolvente, personagens cativantes e uma jogabilidade sólida, justificando a compra, especialmente para os fãs que aguardavam a sequela desde 2010. No entanto, a presença constante de bugs pode prejudicar a experiência, e aguardar atualizações da desenvolvedora pode ser uma opção sensata. Ainda assim, há um jogo sólido aqui que precisa de polimento.

Também vale mencionar os retornos de certos personagens, que pouco brilharam em Alan Wake (2010), mas, dessa vez, têm papéis relevantes e adicionam muitos elementos à trama. Isso sem contar as presenças marcantes dos novatos Alex Casey, interpretado pelo dev Sam Lake, e Kiran Estevez, agente da FBC (agência secreta do jogo Control).