Diretor Financeiro Prevê Que Corinthians Levará ‘Quatro ou Cinco Anos’ para Alcançar Estabilidade Financeira

Duilio Monteiro Alves está vivenciando suas últimas semanas como presidente do Corinthians. Apesar da ausência de títulos no futebol masculino, seu mandato foi marcado por conquistas notáveis fora dos campos, incluindo a redução significativa da dívida e uma arrecadação anual próxima de R$ 1 bilhão, com uma participação crucial do diretor financeiro Wesley Melo.

Ao longo do mandato de Duilio, o Corinthians focou em cortes de gastos, preferiu contratações sem custos, fechou parcerias com novos patrocinadores e teve que negociar a transferência de diversos jogadores, principalmente em 2023. Segundo Wesley Melo, esse é o caminho que o clube deve seguir pelos próximos “quatro ou cinco anos” para atingir seus objetivos financeiros e reduzir ainda mais a dívida.

“Acredito que vamos manter essa estratégia por mais uns quatro ou cinco anos”, afirmou Wesley Melo em uma entrevista ao ge.globo.

Apesar dos sucessos extracampo, Wesley Melo apontou dois desafios financeiros significativos enfrentados pelo Corinthians na atual gestão. Ele destacou os altos juros da dívida e as disputas judiciais com ex-atletas como Ralf e Jadson como pontos críticos.

“A dívida é o nosso ponto fraco, com juros muito altos, acima de 13% ou 14%. Foi um desafio enorme nos últimos três anos e continuará sendo nos próximos três ou quatro anos”, explicou Wesley Melo.

“A mudança de mentalidade e esse novo estilo de gestão precisam ser incorporados pelo Corinthians de forma contínua, não apenas durante uma gestão específica. A próxima administração deve ter um planejamento estratégico robusto, sujeito a revisões, críticas, ajustes, ou até mesmo uma reformulação completa, mas que sirva como guia”, acrescentou.

“A mudança de mentalidade e esse novo estilo de gestão precisam ser incorporados pelo Corinthians de forma contínua, não apenas durante uma gestão específica. A próxima administração deve ter um planejamento estratégico robusto, sujeito a revisões, críticas, ajustes, ou até mesmo uma reformulação completa, mas que sirva como guia”, acrescentou.

Quando a atual gestão assumiu o Corinthians em janeiro de 2021, a dívida era de cerca de R$ 950 milhões, uma herança do último mandato de Andrés Sanchez. Atualmente, o débito está em aproximadamente R$ 890 milhões. A arrecadação, que era de R$ 470 milhões em 2020, subiu para R$ 955 milhões sob a liderança de Duilio, com previsão de atingir R$ 1 bilhão em 2023. Esse número representa um recorde na história do futebol paulista e uma transformação notável nas finanças do clube.

“Estamos prevendo um superávit de R$ 20 milhões para este ano, com uma receita de cerca de R$ 950 milhões. Faltam apenas 45 dias para o final do ano, então quem sabe alcançamos a marca de R$ 1 bilhão e aumentamos ainda mais o superávit. Mas este é o orçamento que nos comprometemos a cumprir. Além disso, conseguimos reduzir um pouco a dívida, de cerca de R$ 950 milhões para algo abaixo de R$ 900 milhões”, destacou Melo.

“Partimos de uma base real. Acabamos de apresentar no Conselho Fiscal e no Conselho de Orientação o reforecast de 2023 (ajuste do orçamento), que mostra nossa estimativa de fechamento do ano. Ainda falta a apreciação do Conselho Deliberativo, mas essa é uma base de comparação. Nosso plano é manter esse resultado positivo dos últimos três anos, com superávit operacional ou Ebitda, e alcançar um superávit final na última linha da demonstração de resultados.”

Duilio Monteiro Alves deixará a presidência do Corinthians em 31 de dezembro. Os candidatos André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, da situação, e Augusto Melo, da oposição, disputarão o cargo na eleição marcada para 25 de novembro, no Parque São Jorge.

Wesley Melo assegura que, independentemente do vencedor, a transição de gestão será tranquila. No entanto, ele pede ao próximo presidente que dê continuidade ao trabalho desenvolvido pela diretoria de Duilio.

“Assim que as eleições estiverem definidas, faremos uma transição. Já conversei algumas vezes com o pessoal da situação e outras com o pessoal da oposição. Então, esperamos uma transição muito suave e que a próxima gestão mantenha a disciplina orçamentária, estabilize ainda mais a dívida, comece a reduzi-la, aumente a receita e diminua os custos”, concluiu.